sábado, 2 de junho de 2012

Simples em São Paulo? Como??

Em 1 ano vivendo em Portugal aprendi muita coisa. Achei que estivesse preparada para encarar São Paulo, afinal, a cidade não teria mudado tanto assim em apenas 1 ano. Trânsito, correria, insegurança, eu já estava preparada para tudo isso.
Mas uma coisa engraçada aconteceu. Quando pisei em São Paulo de novo, a sensação foi de nunca ter saído. Era a mesma Carol de um ano atrás, acelerada, como se eu não tivesse aprendido nada.
Nada mudou mesmo, alguns prédios novos, mais carros na rua, novas lojinhas no bairro. Falando em bairro, o meu, era apenas um bairro, já movimentado, mas com as lojinhas locais, a padaria do vizinho, a empresa do amigo. Agora, meu bairro está tão profissional, com redes, franquias, multinacionais, que estranhei um pouco.
E a minha rotina que era praia-parquinho-casa, agora vai ser o que?
Colocou o pé na rua, pagou.
Fomos ao shopping, como todo paulistano que se preze. Dezessete reais um prato de comida, treze reais de estacionamento, dez reais um sorvete de yogurte, e aí me lembrei como é caro viver aqui!
E as coisas são caras não porque é o preço mesmo, mas sim porque a demanda é tão grande, que as pessoas pagam, faz fila!
Mas como ter uma vida simples em São Paulo, CO-MO?????
Como não entrar nesse ritmo, se o cara da fila tá te pressionando atrás de você, o carro te fecha no trânsito porque você anda na velocidade permitida, se ir ao parque é sinônimo de sufoco, lotação e cinco reais uma água?
Como, se andar de bicicleta na rua é um suicídio?
Como não ter um celular com internet se você passa mais horas no trânsito do que em casa? Sem contar que 99% das pessoas que você conhece, inclusive seu cabeleireiro, tem um Iphone 4?
Como fazer para vender suas coisas para comprar novas, se até as instituições de caridade estão recusando objetos, e você não pode confiar em ninguém para entrar na sua casa para comprar?
Como reciclar se não tem nem separação de lixo no seu condomínio? (Como assim?!!)
Como explicar para seu filho de 4 anos que todos aqueles brinquedos licenciados de trabalho escravo chinês que estão no supermercado e todas as informações que ele é exposto todos os dias não são bacanas?
Vai ser um desafio e tanto.

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